MULHER DE RUA de
Maria Zélia Gomes
Tu mulher …
Que na rua estás à “venda” …
Cuja vida é uma lenda …
Todos te apontam o dedo …
Quem te olha mal te vê …
Vergonha?…Será?... De quê?
Se todos temos a culpa …!?
Da vida que vais levando…
Os que te estão usando …
Também não têm desculpa …
Foste mulher desprezada …
Na valeta estás “deitada” …
Como ser imprestável …
Eu, por mim, peço perdão …
Se te neguei minha mão,
Quando estavas precisada …
Mulher da vida … da rua …
Pões a tua alma nua
A troco do vil metal …
Quem te paga, não quer saber
Se o que vais receber
Tem “bom” destino … afinal!
É para pão p’ra comer?
P’ra filhos alimentar?
Ou será porque na vida
Erraste por tanto amar?
Se és da rua …
Do bordel …
Da beirinha da estrada …
Ou de outro sítio qualquer …
Não te vou recriminar …
Tu não és um ser qualquer …
Tu tens direito a viver …
Porque também és … MULHER!
08.03.2006