PARTE DE MIM
de
Maria Zélia Gomes
Uma parte de mim é dor
Mas a outra é amor
Do muito que tenho a dar
No coração há ternura
Na minhalma há doçura
Nunca aprendi a odiar!
31.07.2012
ONDE ESCONDO A FANTASIA
de
Maria Zélia Gomes
Onde escondo a fantasia
Eu guardo a alegria
Dos meus dias do passado
Hoje que o tempo passou
Só o silêncio ficou
No meu peito bem guardado
Guardei-o com nostalgia
E só com minha poesia
À vida eu dor valor
Passa o tempo, a vida passa
É o sonho quem me abraça
Recordando um velho amor!
06.09.2011
A DAMA ALTIVA
de
Maria Zélia Gomes
Dama violeta altiva
Imagem que nos cativa
Pelo seu ar majestoso
Ar de mulher manequim
Com vestido de cetim
E um pisar donairoso
Mulher de frio olhar
Que parece não deixar
O seu ar de indiferença
Pensa mulher que o teu mundo
Se desfará num segundo
E em ti mais ninguém pensa!
13.08.2011
NOSSO AMOR …ACABOU
de
Maria Zélia Gomes
Quando te olhava, era amor
Se me olhavas sem pudor
Ruborizava meu rosto
Hoje que já te não “vejo”
Prevalece este desejo
Amar-te bem a meu gosto
Mas nosso amor acabou
Teve seu tempo … findou
Hoje não vivo … vegeto …
Passas na vida …vagando
Nem sequer para mim olhando
Debaixo … do mesmo tecto!
30.03.1976
NOITE LONGA
de
Maria Zélia Gomes
Esta noite foi “comprida"
Tão longa a madrugada
Foi noite tão mal dormida
Sonhos pediram guarida
Da noite, não sobrou nada
A noite quero esquecer
Que venha a alvorada
Venha o sol para aquecer
Meu coração de mulher
Vou querer adormecer
E esquecer a madrugada!
18.03.2007
NOME
de
Maria Zélia Gomes
Queria dar-te um nome …
E esse nome se existe …
Será só o sobrenome
Do nome, por ser tão triste!
E esse nome “nasceu” …
De mim, como por magia …
Nasceu e já floresceu …
Como a flor da nostalgia!
Quisera dar-te um nome
Que chamasse noite e dia …
Esse nome ou sobrenome …
Chamar-se-á … Poesia!
13.04.2006
NOITES DE NEBLINA
de Maria Zélia Gomes
Em noites de neblina o mar se entrega
No balanço das ondas uma a uma
O eco do silêncio é que me leva
A entregar mágoas, em sua espuma
Entre altas vagas singram caravelas
E o mar que era azul ficou cinzento
Lá no cimo, no céu, não brilham estrelas
E a tempestade uiva com o vento
É noite e a escuridão se faz presente
E a tempestade grita, qual demente
Que enredada está em seu lamento …
As vagas com fragor se desfazendo
Levam pra longe as mágoas que, morrendo
Carregam a saudade … com o vento!
08.01.2009
NOITE SEM MADRUGADA
de
Maria Zélia Gomes
Cada gesto …
É solidão …
Cada momento …
Saudade …
Cada dor …
Desolação …
Cada esgar …
Comoção …
Na noite …
Sem …
Madrugada!
27.01.1992
MALDITA SEJA A SAUDADE
de
Maria Zélia Gomes
Deu-me a vida tormentos
Que fui lançando aos ventos
Sem dó e sem piedade
A seguir pedi à vida
Não permitisse guarida
À desditosa saudade
A vida não me escutou
Nem sequer para mim olhou
Encheu-me de amargor
Maldita seja a saudade
Trazida pela idade
De braço dado com a dor!
07.07.2009
LOUCA VARRIDA
de
Maria Zélia Gomes
Mordo os meus lábios
Para não gritar,
Pr’a ninguém saber,
Deste meu amor,
Da louca paixão
Que me rói cá dentro,
Que me põe tremente,
Cantando, dançando
Qual louca varrida !
Calo a minha voz,
Que teima em dizer,
Que tanto te quero,
O quanto te adoro,
E com’eu sou feliz ... !
Se acaso te vejo
E, só em pensamento,
Me entrego, sem peias ...
Te abraço, te mordo e te beijo ... !
30.11.1992
LIMITA-SE O MEU OLHAR
de
Maria Zélia Gomes
Limita-se o meu olhar
Quando se prende no teu
E fico assim a sonhar
De olhos fitos no céu
Fito o céu e vou sonhando
Ansiando o teu abraço
Em sonhos te estou amando
Em sonhos … perco meu passo
E o meu olhar limitado
Tem sabor acre a pecado
Mas Deus irá perdoar …
Teu olhar em mim poisado
Em silêncio arrebatado
Conjuga o verbo … amar!
13.06.2008
LIBERTAÇÃO!
de
Maria Zélia Gomes
De dentro de mim
Solta-se o brado
Da libertação!
E … por fim …
Oiço com agrado
O bater forte
Deste coração!
E o eco sonante
É grito vibrante
Que trina e soa …
Que passa e ressoa
Por dentro …
Bem dentro …
Da minha emoção!
16.12.2005
LANÇO PALAVRAS AO VENTO …
de
Maria Zélia Gomes
Lanço palavras
Ao vento
Numa raiva
Desmedida …
Cansada de
Sofrimento …
Tenho a dor
No pensamento …
Com raiva da
Própria vida …
Sílabas se
Atropelando
Nas frases que
Vou falando
P’ra desfazer
Meu tormento …
Por tanto já
Ter sofrido …
Num passado
Mal vivido …
Lanço palavras
Ao vento!
/2000
LÁGRIMA DESPREZADA
de
Maria Zélia Gomes
Sou plantinha abandonada
No deserto da ilusão …
Sou lágrima tão desmaiada
Que corre assim desprezada
Brotando do coração …
E essa gota transparente
Que corre assim livremente
Deixando marca em meu rosto …
É uma lágrima sofrida …
É vestígio desta vida …
É dissabor … é desgosto!
11.09.2006
VOZ QUE ME ENCANTA de
Maria Zélia Gomes
No silêncio
Da voz que
Me encanta
No calor
Dessa vida
Que me atrai
Tu és o que
Na voz e na
Garganta
Tens sempre
Uma candura
Que é tanta
E que do
Coração …
Nunca mais sai!
13.11.2006
BOM FIM DE SEMANA de
Maria Zélia Gomes
Passeando tão airosa
Vai a menina contente
Parece um botão de rosa
Elegante e não vaidosa
Tem um ar bem displicente
Passeia bem elegante
Com seu passo cativante
Traz alegria no olhar
Bom fim de semana querida
Que o passeio em tua vida
Te faça sempre sonhar!
19.11.2011
À HORA QUE SE QUISER
de
Maria Zélia Gomes
À hora que se quiser
Que o amor nos bata à porta
Tudo o mais já não importa
Se o amor nos faz viver
A vida é um faz de conta
Deixa-se o tempo correr
Só que a vida que se quer
Muitas vezes … nos afronta
O tempo sempre a passar
Com a idade a chegar
Em correria constante
Vivamos com alegria
Pois … para nossa “agonia!”
Vai-se a vida … num instante!
18.01.2009
A CANÇÃO QUE CRIEI
de
Maria Zélia Gomes
Foste alma na canção que criei
A pauta das notas que entoei
A melodia que chorava triste
O verso da lírica poesia
A página virada com mestria
A dor desta saudade que persiste!
14.05.2007
A BRISA DA LUA
de
Maria Zélia Gomes
Pelo céu a alma nua
Qual brisa da bela lua
Mágica sempre a brilhar …
Vai sonhando liberdade
E o seu sonho é ansiedade
De novo amor encontrar …
Nasce a noite e a madrugada
Da lua enamorada
Deixa a alma a flutuar …
Noite de luz e de estrelas
Onde naus e caravelas
Por entre nuvens singelas
Vão no teu mar … naufragar!
28.08.2008
DESVENTURA
de
Maria Zélia Gomes
Olho dentro
Do meu sonho
Um sonho
Assaz tristonho
Que me deixa
Perturbada …
É um sonho
De tristeza
Onde se esconde
A certeza
De uma vida
Rejeitada …
E no meu
Sonho preciso
Esboço leve
Sorriso
Para enganar
A loucura …
Vivo de viva
Ansiedade
Comigo vive
A saudade
A lembrar
A desventura!
09.11.2006
DEVAGAR DEVAGARINHO
de Maria Zélia Gomes
Esta água a jorrar
Dos meus olhos de mansinho
Irá talvez desaguar
Nesse teu mar de carinho
Nesse teu mar de carinho
Meu rio vai desaguar
Devagar … devagarinho
Caem gotas de mansinho
Da minha alma a chorar
Chora a alma e o coração
A tristeza e a solidão
Que fazem minha ansiedade
Esta água a jorrar
Dos meus olhos, a chorar …
Lava a minha … saudade!
22.11.2007
DEVANEIO
de Maria Zélia Gomes
Porque palpitas tu meu coração
Sem que na vida tenhas incentivo
Porque andas tu, qual barco sem abrigo,
Sem ter sequer quem te estenda a mão?
E por que choras, sem teres um motivo?
Por que penas assim, o que te dói?
Não vês, louco, que o corpo se corrói
E, por loucura, perdes um amigo?
Não fiques triste …não sejas ingrato
Dá felicidade, ainda que a não sintas
A teu “irmão”, a quem por ti passar …
Sorri, vá …não sejas tão insensato
Medita bem a fundo .., vá … não mintas!
Louco não és! …somente queres AMAR!
13/Maio/1976
DEVOLVE O MEU CORAÇÃO
de
Maria Zélia Gomes
Devolve o meu coração
Que não quer tua afeição
Nem o amor prometido
Não creio no teu amor
E te peço … por favor
Pára! … não sejas fingido
Fingiste que me amavas
Que meu amor desejavas
Que triste desilusão
Agora? … já te não quero!
Peço-te … em desespero
Devolve … o meu coração!
29.05.2007
DIA RISONHO…
de
Maria Zélia Gomes
Pedi à minha estrelinha
Que me levasse ao céu …
E com imenso carinho …
Pegou em mim de mansinho …
Lançou sobre mim um véu …
Levou esta alma minha …
Subi ao céu no meu sonho
Com alvas asas voei …
E a estrelinha com ternura …
Com seu halo de candura …
Fez do sonho que sonhei …
O meu dia mais risonho!
23.03.2006
DISTÂNCIAS
de
Maria Zélia Gomes
São distâncias
Medidas por compasso
As mesmas que se unem
Por um traço
E nos levam para sempre
Ao Paraíso …
São distâncias
Que a vida construiu
As mesmas que a “sorte”
Desuniu …
Mas que sempre reconstrói
Se for preciso!
31.03.2008